A iniciativa busca impulsionar a exportação dentro das características exigidas pelo mercado internacional, que busca maior controle sobre a origem do produto comprado.
A BioTec-Amazônia apresentou, no último dia 27 de setembro de 2021, na sede da FIEPA, uma proposta de criação de um sistema de rastreabilidade de carne bovina baseado no DNA do animal. O objetivo da iniciativa é impulsionar a exportação dentro das características exigidas pelo mercado internacional, que busca maior controle sobre a origem do produto comprado. A tecnologia foi apresentada pelo diretor técnico da BioTec-Amazônia, Artur Silva, ao presidente da FIEPA, José Conrado Santos, e ao vice-presidente, Marcos Marcelino de Oliveira.
A tecnologia permite acessar as informações por meio de etiqueta inteligente, pela qual é possível ao comprador conhecer o histórico do animal, desde as vacinas tomadas e alimentação, ou até mesmo fotos da fazenda onde o animal foi criado e da família dona da propriedade. O estudo científico foi feito pela BioTec-Amazônia junto com universidades e tem como parceiros no exterior laboratórios que fazem parte da Sociedade Internacional de Genética Animal.
Para o diretor técnico da BioTec-Amazônia, Artur Silva, todo esse aparato tecnológico e riquezas de informações aumenta a confiabilidade do mercado exterior e agrega valor ao produto. “Nossa proposta é envolver desde o pequeno produtor até o grande produtor, ou grandes frigoríficos, de uma forma descomplicada e o principal: a conta dessa nova tecnologia não é paga pelo produtor que está lá na base, vai ser pelo consumidor final, que terá um produto da mesma qualidade, mas com a confiança de que aquilo é de uma área que é toda legalizada, seguindo os preceitos de um bom mercado, que é o que eles precisam”, explica.
Apesar de já existir em outros países, o sistema é inédito no Brasil. O objetivo agora é, por meio de um projeto piloto, adaptar a tecnologia para a realidade local e, assim, se adequar ao mercado exterior. “O mais importante é nós criarmos um piloto, onde teremos acesso ao mercado internacional de forma mais rápida e desburocratizada, e conforme isso vai se solidificando no mercado, a gente vai agregando inclusive dentro da própria certificação que o Estado do Pará tem, que já é fantástica”, ressalta o diretor da BioTec-Amazônia.
No Pará, a construção de um modelo piloto passa pela liderança da FIEPA e da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA), representantes dos setores interessados na rastreabilidade dos produtos. “A FIEPA e a FAEPA são a representatividade do setor que nós estamos esperando. Com isso teremos a referência necessária para chegar no principal interessado, que é o produtor”, finaliza Artur Silva.
Acordo – A Organização Social BioTec-Amazônia assinou Termo de Cooperação Técnica com Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), em setembro de 2018, na sede da Federação. No convênio, o trabalho do Sistema Fiepa conta com a execução do Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Entre as ações previstas, estão a execução de ações conjuntas de atividades de ensino, capacitação, pesquisa e desenvolvimento nas áreas de arte, cultura, educação, esporte, gestão e ciência e tecnologia.
A Organização Social BioTec-Amazônia também tem um Escritório de Articulação, no sétimo andar da FIEPA, onde ocorrem reuniões com importantes atores estaduais. “É fundamental a gente ter esta parceria com o Sistema FIEPA pela importância que é trabalhar as cadeias produtivas do Pará. Então, se abre uma possibilidade muito grande de parceria que vai desde o trabalho junto às comunidades, produtoras de insumo, passando pelas nossas instituições de ciência e tecnologia, nossos laboratórios, o Parque de Ciência e Tecnologia e, fundamentalmente, a articulação com o setor empreendedor”, diz José Seixas Lourenço, Diretor-Presidente da Organização Social BioTec-Amazônia.