Programa Desenvolve Pará busca desafios para entraves tecnológicos

Publicado em: 21/03/2022
Autor: Silvia Leão
Assunto: Notícias
Tempo de leitura: 3 minutos

Os Agentes Municipais de Inovação (AMIs) promovem a estruturação tecnológica das cadeias produtivas estratégicas do estado do Pará.

O maior desafio do programa Desenvolve Pará é reunir esforços e compartilhar resultados para a solução de entraves tecnológicos, principalmente nas atividades base das cadeias produtivas, visando geração de mais emprego, renda a comunidades tradicionais e agricultura familiar. Uma garantia de insumos para as indústrias gerando desenvolvimento local.

O Desenvolve Pará foi idealizado prevendo criar três polos: o polo do Baixo Amazonas, o Xingu e o polo Marajó. No polo Baixo Amazonas já temos ações que já vínhamos desenvolvendo nos municípios da Calha Norte em Monte Alegre, Alenquer, Óbidos, Oriximiná… Estamos com agentes credenciados nesses municípios. Um total de 8 agentes credenciados hoje nesses municípios do Baixo Amazonas e também abrangemos a Região do Tapajós como um plus, um aditivo nesse projeto”, explicou Wander Oliveira, Coordenador de Projetos de Inovação para o Polo Oeste do Pará.

Em outubro de 2021, em Santarém, Pará, aconteceu o 1º Encontro de Agentes Municipais de Inovação do Polo Oeste, uma iniciativa da BioTec-Amazônia. O encontro ocorreu no Auditório da Secretaria Regional de Governo do Oeste do Pará e buscou estimular o empreendedorismo inovador e o desenvolvimento territorial. Os Agentes Municipais de Inovação (AMIs) promovem a estruturação tecnológica das cadeias produtivas estratégicas do estado do Pará. Participaram do evento servidores da Prefeitura, que trabalham junto ao setor produtivo, secretaria municipal de agricultura, secretaria de desenvolvimento, entre outros.

A programação contou com a apresentação do Sistema Paraense de Inovação, o Grupo de Gestão Integrada de Santarém (GGI), a visita técnica nos laboratório da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA); e palestra do professor Lauro Barata, da Universidade Federal do Pará – UFOPA, que abordou tema sobre Empreendedorismo e a Biodiversidade. Também foram feitas visitas às instalações do futuro Centro Regional de Inovação, da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces).

A partir do programa Desenvolve Pará, os AMIs buscam a solução de “entraves”, por meio de parcerias. O papel dos AMIs é recepcionar e prospectar entraves tecnológicos no setor produtivo de sua região; qualificar (hierarquizar) demandas; encaminhar demandas qualificadas a BioTec-Amazônia, apresentar devolutiva e disseminar soluções.

Cada região de integração terá a presença de um Coordenador Geral, que será o responsável pela gestão do programa a nível regional. Cada município que faz parte da região de integração poderá contar com a participação de um agente municipal de inovação, que será capacitado a levantar as demandas juntamente ao setor produtivo do município”, explicou Wander Oliveira.

A BioTec-Amazônia já firmou termos de cooperação técnica com todos os parceiros envolvidos no Programa. Dessa forma, esses agentes estão credenciados para atuar em parceria com a Associação BioTec – Amazônia. “São servidores das prefeituras municipais, ligados à Secretaria de Agricultura, e colocamos como ponto chave, depois de fazer o mapeamento das principais cadeias produtivas da região, como prioridade, trabalhar com programa voltado ao aumento da produtividade da mandioca”, explicou Wander.

A mandioca é uma cultura tradicional na região que já foi a maior produtora de mandioca do Estado e esses produtores hoje buscam migrar para plantação de cacau por conta da baixa produtividade da mandioca. “Para se ter ideia, a produtividade média da mandioca por hectare no estado do Paraná é de 24,8 toneladas/hectare e dentro da região onde estamos atuando, no Baixo Amazonas, a produtividade é muito baixa, chega a 12 toneladas/hectare”.

Por isso a BioTec-Amazônia busca um programa, em parceria com a UFOPA, que vai trabalhar a micro propagação de variedades de mandioca que sejam resistentes a doenças e que tenham uma produtividade maior. “Nossa proposta é aumentar de 12 toneladas/hectare para 30 toneladas/hectare na região do Baixo Amazonas, fazendo com que esse produtor tenha um ganho melhor de produtividade e consequentemente também o aumento da renda familiar, assim mantendo a tradição cultural do plantio da mandioca, mas agora com assistência técnica. Vai trabalhar com mudas que são clonadas e livres de doenças e com uma produtividade maior”, finalizou.