Belém sedia Fórum Internacional de Bioeconomia Amazônica e reúne lideranças nacionais e panamazônicas

Publicado em: 30/05/2025
Autor: Silvia Leão
Assunto: Eventos
Tempo de leitura: 3 minutos

A cidade de Belém do Pará foi palco, nos dias 27 e 28 de maio, de um dos eventos mais relevantes para o futuro sustentável da Região: o Fórum Internacional de Bioeconomia Amazônica (FIBAM 2025).

Realizado na Estação das Docas, o encontro reuniu pesquisadores, especialistas, representantes do setor produtivo, agências de fomento, lideranças internacionais e investidores para discutir caminhos concretos para um modelo de desenvolvimento baseado na bioeconomia.

Com programação dinâmica, o evento promoveu palestras, mesas de negócios na área externa e blocos temáticos que abordaram desde inovação e sustentabilidade até políticas públicas de fomento regional. A proposta foi consolidar o entendimento da Amazônia como o maior polo bioeconômico terrestre do planeta, capaz de unir geração de renda, conservação da biodiversidade, valorização dos saberes tradicionais e avanços tecnológicos.

Entre os destaques, estiveram presentes Maria Augusta Arruda, Diretora do Laboratório Nacional de Biociências do CNPEM (LNBio/CNPEM), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Diego Menezes, presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI); e Márcio de Miranda Santos, diretor-geral do Centro de Bionegócios da Amazônia, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A programação também contou com o bloco dedicado à Inovação nas Cadeias Produtivas da Biodiversidade Amazônica, que destacou experiências empreendedoras baseadas no uso sustentável dos recursos naturais da floresta. Entre os participantes estiveram o renomado chocolatier Fábio Sicilia, membro da Academia Brasileira de Gastronomia, reconhecido internacionalmente por seu trabalho com chocolates de origem amazônica, e o produtor César De Mendes, conhecido por seu chocolate com terroir amazônico, feito a partir do cacau nativo da região.

Logo após a abertura solene, o Fórum contou com a participação de Paulo Rocha, superintendente da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que integrou o primeiro bloco de debates. Na ocasião, foi discutido o papel das agências de desenvolvimento econômico no fortalecimento institucional e na promoção da inclusão social. A Sudam, que tem sede em Belém e é vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, tem atuado de forma estratégica no planejamento e articulação de políticas públicas alinhadas à Política Nacional de Desenvolvimento Regional e ao Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia.

Outro momento de destaque foi a mesa sobre a Agenda Estratégica das Instituições Panamazônicas, que trouxe à discussão a importância da integração entre países que compartilham a Amazônia. Representantes de universidades amazônicas, lideranças acadêmicas e diplomáticas com experiência internacional contribuíram para o debate, reforçando a necessidade de cooperação transnacional para enfrentar os desafios comuns da região, como mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e valorização da ciência amazônica.

Também participaram do evento o embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira, com ampla trajetória internacional, e especialistas como José Seixas Lourenço e Nazaré Imbiriba, ambos com atuação histórica em redes panamazônicas. Com vasta experiência em cooperação internacional e desenvolvimento sustentável, o professor José Roberto Branco Ramos Filho, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), e o advogado Luiz Ricardo Marinello, coordenador da Comissão de Bioeconomia e Sustentabilidade da ABPI, que também participaram do evento como painelistas.

O Fórum ainda destacou iniciativas de pesquisa científica de alto impacto, como o projeto Iwasa’i: Centro Avançado de Pesquisa e Inovação Biotecnológica da Amazônia Oriental, aprovado pelo CNPq/MCTI/FNDCT no âmbito da chamada Pró-Amazônia. Sob coordenação do professor Artur Luiz da Costa da Silva, do Laboratório de Engenharia Biológica (EngBio/UFPA), o projeto representa uma das frentes mais promissoras na conexão entre biotecnologia e valorização da biodiversidade. O professor Artur Silva, diretor técnico-científico da Associação BioTec-Amazônia, reforçou a importância de aliar ciência, tecnologia e demandas empresariais no fortalecimento da bioeconomia amazônica.

Lideranças empresariais e representantes de centros de pesquisa e inovação de todo o país contribuíram para o êxito do FIBAM. A pluralidade de vozes demonstrou que a bioeconomia da Amazônia não é apenas uma promessa, mas uma agenda em construção, com iniciativas concretas surgindo da colaboração entre os setores público e privado, ciência e comunidades tradicionais.

Belém, com sua posição estratégica, foi reconhecida pelos participantes como um local simbólico e efetivo para sediar o Fórum. A cidade reúne universidades, centros de excelência em pesquisa, uma vibrante cena empreendedora voltada à biodiversidade e forte identidade cultural, elementos que reforçam seu protagonismo na construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.

O FIBAM 2025 se consolidou, assim, como um espaço fundamental de articulação de agendas e de promoção de soluções práticas para um futuro amazônico mais justo, inovador e sustentável.