O Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço, apresentou as ações da associação durante o 3º Edição do Webinar – Brasil 2022: 200 Anos de Independência.
A 3º Edição do Webinar – Brasil 2022: 200 Anos de Independência, que ocorreu no dia 17 de novembro de 2021, contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, que realizou a abertura do evento, organizado pelo Instituto General Villas Bôas (IGVB). Logo em seguida, foi a vez do Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço, apresentar as ações da associação. Com mediação do jornalista Alexandre Garcia e a participação on-line do General Villas Bôas, o encontro foi transmitido na página do IGVB no Facebook e, pela primeira vez, diretamente pelo canal do Instituto General Villas Bôas no Youtube.
Na pauta da edição desfilaram assuntos como: uso de recursos naturais renováveis; ocupação do espaço territorial; conservação ambiental; questão mineral e a Amazônia; e o futuro do Brasil. Na oportunidade, o Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço, pôde falar um pouco dos seus quase 50 anos de trabalho na Amazônia e de todos os mecanismos já disponibilizados para o desenvolvimento tecnológico e científico da região.
Durante a sua apresentação, Seixas Lourenço lembrou que o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) foi convidado a coordenar a elaboração do Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento da Amazônia Legal, em 2013. O CGEE propôs uma metodologia que tomasse por base a ampla participação dos atores regionais e adotasse o horizonte de vinte anos como referência para as estratégias.
“A partir daí ocorreu um protagonismo grande dos Estados com base no exemplo da Fapespa. No caso do estado do Pará se criou, por volta de 2014/ 2015, o Pará 2030, um programa de Estado e não de Governo. A preocupação era com invenções e novas tecnologias, além da atração de empresas. O país passou a ter uma oportunidade grande de fazer da Amazônia uma civilização contemporânea”, destacou Lourenço.
Antes disso, ocorreu a criação do Conselho Estadual de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, criado pela Lei nº 7.017, de 24 de julho de 2007, que passou a denominar-se Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica – CONSECTET. Entre as competências do Consectet estão editar normas e definir diretrizes para a implantação da Política de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica, avaliar e sugerir planos e programas na área de ciência, tecnologia, inovação e educação técnica e tecnológica.
Lembrou Lourenço que “nós entramos aqui. Criada uma politica chamada BIOPARÁ, a Organização Social BioTec-Amazônia foi criada para fazer a gestão do programa. Nós somos uma associação de direito privada, qualificada pelo Governo do Estado do Pará como Organização Social para promover o uso sustentável da biodiversidade e para gerir o programa paraense de incentivo ao uso sustentável da biodiversidade amazônica, o BIOPARÁ”.
Após um chamamento público, a organização social foi qualificada no dia 21 de setembro de 2017, com publicação do Decreto nº 1849, de 19 de setembro de 2017, no Diário Oficial do Estado do Pará, pelo Governador do Estado. O decreto publicado qualifica a BioTec- Amazônia como organização social para atuar na área de Desenvolvimento Tecnológico e Científico, conforme Lei Estadual nº 5980, de 1996 e Decreto Estadual nº 3876 de 2000. “Ganhamos esse edital e temos esse contrato de gestão através da Sectet”.
Com isso, a BioTec-Amazônia pôde realizar assinatura de instrumentos legais de parcerias e cooperação com uma rede de instituições públicas e privadas. “Nós buscamos atuar como um elo entre as demandas empresariais e o conhecimento técnico-científico nas instituições de ensino e pesquisa, e assim, gerar negócios relacionados à biodiversidade amazônica. Ou seja, casar com as empresas e setores oportunidades de negócios”, explicou.
Lourenço lembrou do grupo criado para mapear o mercado junto ao conhecimento científico. “A chamada Inteligência Competitiva que, junto com a EMBRAPII, mapeia o mercado. Hoje nós temos muito paper, mas esse conhecimento não chega nas empresas. Então, formamos esse grupo para mapear empresas, inclusive atraindo várias na área de Biocosméticos”.
Outro trabalho realizado pela BioTec- Amazônia, vencedora da Chamada Pública de âmbito regional lançada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, sediado em Brasília, foi a implementação do Centro de Desenvolvimento Regional – CDR no Estado do Pará. O CDR é um projeto que visa promover a discussão e a implantação de agendas de desenvolvimento que possam estimular a economia da região e fomentar a geração de emprego e renda, um dos pilares do desenvolvimento regional.
“O que o CDR faz é transformar as pesquisas em desenvolvimento local. Nós pleiteamos, após um chamamento público, e nos tornamos o primeiro CDR da Amazônia. Concentramos o trabalho na Região Metropolitana por causa da pandemia. Mas, a gente conseguiu gerar uma carteira de projetos com 65 projetos selecionados a partir de alvos estratégicos para bioeconomia”.
Após a seleção e divulgação para agências de financiamento, hoje a BioTec-Amazônia já tem parceria com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – Fapespa, mas também aguarda o CNPq e a CAPES. “Que essa contrapartida surja até porque esse programa foi criado em âmbito federal”.
A BioTec-Amazônia foi eleita como a representante do Terceiro Setor no Programa Abrace o Marajó. A indicação à posição de representante do Terceiro Setor do Grupo Executivo do Programa Abrace o Marajó, com direito a voto, foi aprovada na 2ª Reunião Ordinária (4ª RGEX), realizada em Brasília, no dia 5 de abril de 2021, do Grupo Executivo (GEX/Marajó). A BioTec-Amazônia passou a fazer parte do Comitê Executivo, que é composto de representantes do Governo do Estado, Governos Federal e Municipal e do Terceiro Setor, e contou com os votos do representante do Governo do Estado e representantes federais, da FIEPA e FAEPA. A escolha mostra o reconhecimento ao trabalho da BioTec-Amazônia.
Para além dos projetos selecionados para o CDR/Pará e da BioTec – Amazônia como representante do Terceiro Setor do Grupo Executivo, Lourenço também explicou como funciona a Rede de Laboratórios e de Pesquisadores Empreendedores Associados. Entre os já selecionados, a BioTec – Amazônia trabalha em conjunto com o Laboratório de Tecnologia Supercrítica, que possibilita o isolamento e a extração seletiva de compostos específicos e resulta em produtos altamente concentrados.
Destacou que o laboratório já possui produtos como jambu desengordurado, muruci em pó, azeite de muruci, azeite de cupuaçu, cupuaçu em pó, azeite de açaí, açaí em pó. “Esse é o verdadeiro Ecossistema de desenvolvimento, com atores de diversas frentes, além da assinatura de instrumentos legais, grupo de pesquisadores e empreendedores associados. Mas não só isso. Ele tem que tá disposto a transformar a sua ciência em projetos e processos”.
Lourenço finalizou lembrando que a Amazônia é todo o ecossistema. “Não é só floresta. São recursos hídricos, flora, fauna e as pessoas que ali estão, estudando, trabalhando, fazendo essa máquina rodar. Eu sou um verdadeiro amazônida. Que nasceu e trabalhou naquela região. É preciso integrar, verdadeiramente”.
Instituto General Villas Bôas – O Instituto General Villas Bôas (IGVB) tem o objetivo de lançar um olhar sobre a história do Brasil e do seu povo, buscando caminhos que contribuam para o crescimento como nação e para o alcance das aspirações mais profundas e mais caras ao País.
O evento foi transmitido pelo canal do MCTI no YouTube. Confira aqui na íntegra a participação da BioTec-Amazônia no 3˚ Webinar IGVB Brasil 2022 – 200 Anos de Independência.