O evento busca o diálogo entre a sociedade civil, empresas e governos onde juntos possam encontrar soluções para um modelo próprio de desenvolvimento na região amazônica.
O Diretor técnico-científico da BioTec-Amazônia, Artur Luiz da Costa da Silva, esteve presente na mesa redonda Sistemas de pequenos negócios conectados com a biodiversidade e com a realidade local, que ocorreu na Conferência Ethos 360º, no dia 28 de novembro de 2019, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
A terceira edição da Conferência Ethos 360º aconteceu em um clima de muita discussão sobre a recuperação da economia, a importância das ações de preservação do meio ambiente e a integridade pública e privada. O setor produtivo, os povos da Amazônia e especialmente do Pará, tiveram a oportunidade de participar de debates que abordaram temas relevantes, como: crimes de grilagem de terras, ocupações ilegais, licenças obtidas de forma fraudulenta e violência contra as comunidades e povos indígenas, entre outros.
Na mesa redonda, a Organização Social BioTec-Amazônia pode apresentar seus projetos de uso sustentável da biodiversidade local e como a Associação foi pensada. “A BioTec-Amazônia é uma associação de direito privado, qualificada pelo Governo do Estado do Pará como Organização Social para promover o uso sustentável da biodiversidade estadual e regional. Foi constituída, em 2016, para gerir o programa paraense de incentivo ao uso sustentável da biodiversidade amazônica, o BioPará. Após um chamamento público, a organização social foi qualificada no dia 21 de setembro de 2017, com publicação do Decreto nº 1849, de 19 de setembro de 2017, no Diário Oficial do Estado do Pará, pelo Governador do Estado”, explicou o diretor técnico-científico, Prof. Artur Silva.
Na oportunidade, também explicou o Programa Paraense de Incentivo ao uso sustentável da Biodiversidade Amazônica. “O BioPará, traduz-se como a ferramenta norteadora à elaboração de políticas públicas que possibilitem a agregação de valor às cadeias produtivas da biodiversidade estadual e regional, por meio de pesquisa e desenvolvimento e de prospecção de negócios inovadores no setor”, destacou. Relatou, também, que o programa é um sistema inteligente de governança voltado ao estímulo e apoio ao planejamento e desenvolvimento de uma economia dinâmica centrada no uso sustentável da biodiversidade.
O encontro contou, também, com representantes do setor produtivo local, grandes empresas, como a sócia da Manioca, Joana Martins, que destacou, em sua apresentação, a formação familiar para dar base ao seu trabalho. “Acho que somos um exemplo de ação e realidade da bioeconomia na Amazônia. A Manioca é a minha forma de dar continuidade a história da minha família”, relatou Joana.
Já o Gerente de Relações Institucionais da Natura, José Mattos, destacou a importância da equipe de trabalho da empresa para dar um destaco ao sucesso que vem ocorrendo dentro do mercado de cosméticos. “Nós temos uma equipe aguerrida, que nem sempre pode estar onde as populações produzem a matéria prima, mas quando está, está de corpo e alma. É importante destacar que o empreendedorismo sempre esteve em nossas veias”.
Para Luana Carvalhosa, Gerente de Sustentabilidade da Hydro, esse também é um diferencial da empresa norueguesa instalada aqui no Pará. Luana lembrou durante a mesa redonda dos projetos sociais estabelecidos no município de Barcarena, onde a empresa está instalada, e relatou as experiências vividas principalmente pelos jovens que são atendidos pelo Programa “EmBarca Amazônia 360º” que capacita jovens empreendedores interessados no desenvolvimento de negócios sustentáveis na região. “Informação e educação apresenta um mundo, um leque de oportunidades para todos os que são atendidos por esse Programa”.
Também esteve presente na mesa redonda, Raphael Medeiros, Diretor executivo do Centro de Empreendedorismo da Amazônia; Feliph Rocha, Diretor de Juventude do Instituto Juruti Sustentável e Leonardo Dufloth, Coordenador de Mobilização de Novos Associados do Instituto Ethos.
A Conferência Ethos ocorre desde 2017, mas agora a iniciativa abrange quatro capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Recife. O Instituto Ethos, realizador do evento, reforça que os diálogos em Belém, e nas outras capitais, trazem para a sociedade civil, empresas e governos um local onde possam se encontrar soluções para um modelo próprio de desenvolvimento na região amazônica.