Paraense é premiado em Congresso Internacional

Publicado em: 11/11/2021
Autor: Silvia Leão
Assunto: Eventos
Tempo de leitura: 4 minutos

Uma votação realizada pelos Membros da Sociedade Brasileira de Geofísica escolheram o professor José Seixas Lourenço a receber o  1° Prêmio Prof. Carlos Alberto Dias

O Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço foi o vencedor do 1° Prêmio Prof. Carlos Alberto Dias, estabelecido em memória do professor paraense falecido em 2020. A honraria é reservada para àqueles que, ao longo de suas carreiras, promoveram a excelência técnico-científica e o desenvolvimento da Geofísica Aplicada, com uma visão inovadora e empreendedora do papel da ciência e da tecnologia como instrumento formador do ser humano e promotor do desenvolvimento econômico.

A premiação ocorreu na sessão solene de abertura do 17° Congresso Internacional de Geofísica & EXPOGEF da Sociedade Brasileira de Geofísica, no dia 8 de novembro de 2021. A cerimônia foi semipresencial, sendo que o Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia participou de forma virtual da mesa online diretamente da sala de reuniões da Associação. O Prêmio foi anunciado pela Presidente da Sociedade Brasileira de Geofísica, Roberta Vidotti, Professora Associada da Universidade de Brasília – UNB.

Diretor-Presidente durante a sessão solene de abertura do 17° Congresso Internacional de Geofísica & EXPOGEF.
Imagem: BioTec-Amazônia

O Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço, lembrou aos presentes a longa trajetória de parceria com o Professor Carlos Alberto Dias. “Desde os anos 60. Nós concluímos o doutorado na Universidade da Califórnia, ele antes de mim, e foi para a Bahia”. A partir daí, começou a busca pelos Programas de Pós-Graduação em Geofísica, ainda inexistentes no país. “Apesar de paraense, não havia condições, no momento de se fazer no Pará, então se instalou o primeiro Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geofísica Aplicada na Bahia”.

Na Amazônia, a Universidade Federal do Pará – UFPA foi a primeira a ter um Programa de Pós-Graduação na área. “Em 1972, ao retornar do meu doutoramento, nós implantamos o Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geofísica, e criamos o primeiro curso de mestrado e doutorado aqui na Universidade Federal do Pará, em Ciências Geofísicas. Alias, foi o primeiro curso de pós-graduação em toda a Amazônia”. Em 1978, foi realizada uma mobilização de uma comunidade geofísica, conhecida hoje por Sociedade Brasileira de Geofísica. “Eu fui o primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Geofísica e Carlos Dias foi o Secretário Executivo”. Em 1988, quando Reitor da UFPA, o Professor Dias implantou o curso de Pós-Graduação em Geofísica Aplicada para exploração de Petróleo. “Foi um curso que formou, por muitos anos, doutores em petróleo e gás”.

Para finalizar, Professor Lourenço agradeceu a todos os membros da Sociedade Brasileira de Geofísica, a honraria ofertada.

“Queria dizer, para concluir, que eu compartilho desse prêmio com os colegas da geofísica e porque não dizer das ciências geofísicas e geológicas da UFPA bem como os colegas da Federal da Bahia. O Pará e a Bahia caminharam muito juntos desde os anos 60 para consolidação da geofísica aplicada no país. De modo que eu fico muito honrado em receber esse prêmio e cumprimento a todos os participantes desse congresso”.

Perfil – Professor Dr. José Seixas Lourenço é paraense, nascido em Belém. Bacharel em Física pela Universidade de São Paulo – USP, Mestre e Doutor em Engenharia Geofísica pela Universidade da Califórnia – Berkeley, EUA, foi responsável pela implantação do Núcleo de Ciências Geofísicas e Geológicas da Universidade Federal do Pará – UFPA.

Foi Diretor do Museu Emílio Goeldi (1982/1985), Reitor da Universidade Federal do Pará (1985/1989), quando implantou o programa de interiorização da Universidade, sendo responsável pela abertura de 08 novos Campi Universitários no Estado, 02 dos quais hoje convertidos em Universidades Federais, quais sejam, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA e a Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. Ademais, em relação a esta última, além de criador, foi seu primeiro Reitor (2009/2013).

Lourenço foi criador e o primeiro Presidente da Companhia de Mineração do Pará (Pará-Minérios), foi Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA (1992/ 1995), Secretário de Coordenação dos Assuntos da Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente, Secretário Executivo do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

Foi Assessor Especial do Ministério da Ciência e Tecnologia para assuntos de Regionalização das Ações de Ciência e Tecnologia (1999/ 2003). Foi o criador da Universidade Federal do Amapá e Secretário de Educação do Estado do Pará – SEDUC (2014/2015). Em 2013, Seixas Lourenço recebeu o Prêmio Professor Samuel Benchimol, na Categoria Personalidade Amazônica, quando era reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

Desde 2017, é Diretor-Presidente da Associação BioTec-Amazônia, com sede em Belém, Organização Social qualificada pelo Governo do Estado do Pará, para promover pesquisa e desenvolvimento das cadeias produtivas da biodiversidade amazônica.

Carlos Alberto Dias – Paraense de Saliinópolis, Carlos Alberto Dias prestou contribuição decisiva para a implantação, no país, da pós-graduação em engenharia e exploração de petróleo, tendo liderado, no Rio de Janeiro, o principal centro formador de mestres e doutores capacitados a atuar nas grandes empresas do ramo. Exerceu ainda cargos diretivos em importantes sociedades científicas, como a Sociedade Brasileira de Física, a Sociedade Brasileira de Geofísica e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, e recebeu títulos de doutor honoris causa pela UFBA (1999) e pela UFPA (1986) e de professor emérito pela UENF (2016).

Pioneiro na implementação do campo da geofísica aplicada na UFBA, em 1968, após obter títulos de mestre e doutor na Universidade de Berkley (EUA), Carlos Alberto Dias foi um dos fundadores do Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geofísica do Igeo/UFBA, de cujo posterior desmembramento – o Centro de Pesquisa em Geofísica e Geologia (CPGG) – foi diretor até 1986. Mesmo após transferir-se para a Universidade Federal do Pará (UFPA) e, posteriormente, para a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), manteve intensa relação de cooperação com a UFBA, tendo contribuído para a formação de dezenas de mestres e doutores.