Desafio Tecnológico dialoga com comunidades tradicionais na Feira do Empreendedor 2018

Publicado em: 21/05/2018
Autor: Silvia Leão
Assunto: Eventos
Tempo de leitura: 3 minutos

Comunidades tradicionais relatam desafios na produção local e debate na Feira do Empreendedor estimula encontrar soluções para maior benefício dos produtores locais da Amazônia.

A Comunidade Segredinho, localizada a 22 quilômetros do município de Capanema e a Associação dos Produtores Orgânicos de Boa Vista (APOBV), que fica a 105 km da sede do município de Acará estiveram na Feira do Empreendedor 2018 a convite da BioTec-Amazônia, para debater sobre os desafios da comunidade com a produção local. O Desafio Tecnológico do Setor de Biocosméticos foi elaborado pela BioTec-Amazônia em parceria com a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (REDENAMOR) e aconteceu no dia 17 de maio de 2018, das 14h às 18h, no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia. Na abertura do desafio, o Diretor Presidente da BioTec-Amazônia, José Seixas Lourenço, detalhou o papel da Organização Social na gestão da biodiversidade Amazônia.

“Nós trouxemos as comunidades tradicionais para discutir as experiências e os desafios enfrentados diante da biodiversidade amazônica. A BioTec-Amazônia é uma organização de direito privado, sem fins lucrativos, qualificada pelo Governo do Pará, para desenvolver trabalhos com as comunidades e desenvolver seu grande potencial turístico e empreendedor, tendo em vista as atividades desenvolvidas pelas associações já estabelecidas, a exemplo do cultivo de frutos como açaí, cupuaçu e cacau, a produção de farinha e o cultivo de ervas e plantas como priprioca, pataqueira e captiú, as quais servem de matérias-primas para o mercado de biocosméticos”, reforçou José Seixas Lourenço.

Evandro Tavares, da “Associação Segredos das Artes” em Tauari, contou a experiência da associação aos participantes do Desafio Tecnológico, elaborado pela Organização Social BioTec-Amazônia. “A Associação foi criada para resgatar a cultura da comunidade e achar uma forma que eles consigam trabalhar e se desenvolver. Então, tudo aquilo que a natureza não precisa mais, é feito um trabalho de arranjos e artesanatos. É um trabalho difícil”. Evandro explicou também que a principal fonte de rende da comunidade é o artesanato com o reaproveitamento da natureza morta e a cerâmica.

Um dos maiores produtores da região do feijão caupi é a Comunidade Segredinho. De acordo com Evandro, a preparação da terra começa em maio, em julho a terra está pronta para a plantação e em setembro começa a colheita. Entre as dificuldades relatadas pelo líder da Associação, está o período entre safra do feijão. “Ai quando acaba a produção do feijão, a comunidade tem que ou correr para a cidade atrás de emprego, ou pescar para sobrevivência até esperar o próximo período da plantação”.

Cupuaçu, laranja, buriti, tucumã, manga, graviola, muruci, taperebá. Todas são espécies nativas e que a natureza dá a comunidade largamente. “O nosso problema é no armazenamento das polpas das frutas que são produzidas. Passou o tempo da colheita, não há como armazenar para esperar a próxima safra. Se nós pudéssemos guardar essa produção, nós poderíamos até comercializar e até ter retorno financeiro para a comunidade”, explicou Evandro.

Desafio Tecnológico – O facilitador do Desafio Tecnológico é Israel Henrique Feferman, Consultor da BioTec-Amazônia. É farmacêutico-bioquímico e tem 38 anos de experiência em empresas farmacêuticas e cosméticas. O desafio tecnológico propõe soluções para os gargalos das comunidades tradicionais. O primeiro passo foi conhecer os problemas enfrentados por essas comunidades e desenvolver estratégias para encontrar soluções aos problemas relatados.

Um diálogo com as comunidades foi conduzido no sentido de buscar o que pode agregar valor as atividades desenvolvidas nesses ambientes. “O encontro com representantes das comunidades, das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e da Organização Social BioTec-Amazônia buscou estratégias e soluções para os desafios postos aqui pelas comunidades. Não conhecer os gargalos da produção é não saber como podemos achar as soluções”, explicou Camila Travassos Bastos, Assessora Técnica Biotecnologia e Bionegócios da BioTec-Amazônia, Engenheira de Alimentos pela Universidade Federal do Pará e Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos na mesma instituição.

Hoje, muitas comunidades fornecem matérias-primas para empresas, porém as mesmas não passam por beneficiamento: “O diálogo trouxe para as comunidades as indicações sobre a qualidade das matérias-primas fornecidas, no sentido de se aplicar um diferencial tecnológico, agregar valor, garantir a qualidade e padronização, proporcionando, assim, um retorno socioeconômico para a comunidade”, destacou Manoel Tourinho, Assessor Técnico da BioTec-Amazônia, Agrônomo pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Professor Titular Emérito da UFRA (desde 2011), Coordenador do Projeto VÁRZEA do Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos – ISARH/UFRA.

Texto: Silvia de Souza Leão
Comunicação BioTec-Amazônia
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